O querer é uma flor
delicada,
que nasce sol
e morre lua.
Frágil e aleatória,
a flecha sem alvo
supõe querer
quiçá o quê.
É um estado
de avidez,
pira a crepitar
o fogo do desejo.
Anseio indecifrável,
doce agonia,
surge e se esvai
em nuvem passageira.
Uma busca
sem rumo,
um olhar
sem visão,
um toque
à flor da pele.
É sonho
que tira o sono,
devaneio doído,
tênue e ébrio.
Um instante
que se quer capturar.
O querer ...
Ah bruta flor, bruta flor
