Partindo do princípio de que não conseguimos apreender o amor em sua plenitude, transitar através de suas várias expressões é um belo aprendizado. Deus aproveita toda fragmentação que fazemos dele, para nos ajudar a expandi-lo.
Há quem dedique seu amor à natureza em geral, ou particularmente a um animal de estimação, por exemplo. Na primeira manifestação aprendemos o exercício da contemplação, e do reconhecimento da presença de Deus em sua criação. Na segunda, aprendemos a cuidar de um ser que nos dará em troca um amor semelhante ao incondicional.
Aqueles que não conseguem se conectar com o amor pelo próximo, o direciona a uma causa, a uma profissão, a um robby, e outras reverenciam poder e riqueza. Enquanto os primeiros aprendem sobre servir e praticar o prazer, os segundos testam o seu potencial e capacidade de conquista.
Na divisa entre essas primeiras facetas e o sentimento por outro humano está o amor platônico, aquele em que o indivíduo ama o amor idealizado e utópico. É mais um anseio do que uma vivência.
Nas várias modalidades de amor que já falamos, há um aspecto não abordado que são as distorções em forma de possessividade, domínio e submissão, ganhos negativos, agressividade e tantas mais. Aqui o amor está doente.
Sabendo que somos humanos, portanto, imperfeitos, estaremos sempre trazendo ao amor sombra e luz, em gradações diferentes, de acordo com a aplicação do aluno nessa matéria.
O que queremos do amor é propiciar o encontro entre pares. Enquanto a singularidade de que somos atrai o parceiro, ao mesmo tempo é um desafio respeitá-la de um lado, e afirma-la de outro. Assusta o que não podemos entender ou controlar e reagimos negativamente, causando distanciamento. E o medo é o oposto do amor. Paradoxalmente, os dois convivem dentro de nós e se alternam em sua predominância.
Da mesma forma que para haver amor é preciso sentir, para amar é preciso agir. Os dois se complementam e atuam conjuntamente de forma individualizada, de acordo com a gradação de sentimento em cada modalidade. O que se busca é o equilíbrio. Amar é verdade, é amor, é expressão do divino em nós. Se estamos vivos é porque nutrimos o amor, ainda que em formas e intensidades variadas. Entreguemo-nos a ele, então.
