Nós, humanos, não conseguimos alcançar o amor em sua dimensão divina. Mas há um anseio consciente ou inconsciente por ele que nos move em sua direção.
Então o amor, para nós, é multifacetado. O amor-querer bem se faz quando se estabelece uma simpatia, algo no outro nos agrada. No amor-amizade, assim como no amor-fraterno, damos um passo a mais, há ajuda mútua, o outro é nosso confidente. O amor maternal e paternal nos ensina a empatia pelo frágil ser sob nossa tutela, e a cuidar, educar, estar presente. O amor filial é o sentimento da personificação em um homem e/ou mulher de uma autoridade superior a nós. O amor devoção é a expressão possível de um humano a uma divindade. E há o amor-paixão, aquele em que o indivíduo transforma o amor em objeto, objeto do desejo.
Nessa dança de expressões, ora o amor é sentimento, que procuramos fora, sem atinar que ele está dentro; e há o amor-amar, o verbo, a ação, mais fácil de visualizar no amor maternal e paternal. Nesse sentido o amor é dedicação, abnegação, perdão, indulgência, tolerância e muito mais.
Mas há um tipo em que amor e amar podem se fundir, é aquele em que duas pessoas procuram uma parceria. O amor então requer além de todos os atributos já mencionados, o interesse no outro, a curiosidade em conhece-lo, a disponibilidade em revelar-se, a cumplicidade, o esforço em conciliar as diferenças, e muito mais. É o amor mais exigente, porque tem muito a oferecer a quem o busca. É a forma mais eficiente de auto desenvolvimento, mas, para isso, é preciso que haja reciprocidade, porque, como diz a sabedoria popular, “uma andorinha só não faz verão”.
Seja qual for o amor que se esteja praticando, é um exercício que nos aproxima do divino que somos, afinal, como diz Lulu Santos, “consideramos justa toda forma de amor”.
