Conviver é proibido.
Na solidão percebi
a estranheza de mim,
a solitude,
o auto isolamento.
No fundo do silêncio
Ressignifiquei vozes,
atualizei o presente,
ocultei o futuro.
Ao apartar, acendi saudades,
memórias de tempos felizes,
de acertos e desacertos.
O exílio sussurrou
que estive mais nele
do que no mundo.
O tempo desperdiçado.
Sondei os recônditos
mais escondidos,
e lá encontrei paixão,
amor e medo,
alegria e tristeza.
Minha teimosia,
a birra com Deus,
dúvida e fé.
O retiro não me é estranho.
É meu companheiro,
defesa e escudo,
alento e lar.
Escolho sair do casulo
e alço voos da imaginação,
do prazer, do sensível.
O isolamento é reflexão.
É escolha, é decisão.
Não é preciso forçar.
Tum tum, tum tum, tum tum
Tum tum, tum tum, tum tum
Ouço em meu peito uma batida
Um latejar que oferece vida
Um pulsar que lembra ondas
Que vêm e que vão
Tum tum, tum tum, tum tum
Algo que contrai e expande
Qual um bater de asas
Que bombeia vida
E tece cada fibra do Ser
Tum tum, tum tum, tum tum
A cadência de um trem
A distribuir destinos
Tambor anunciando futuros
Clamor de preces uníssonas
Tum tum, tum tum, tum tum
Uma cor (em) ação
Uma faísca que se faz luz
Uma centelha de DEUS
A nos lembrar quem somos
Tum tum, tum tum, tum tum
A vibração latente do AMOR
