Causos

Certo dia, por dever de ofício, tive que dar a notícia da rescisão contratual de trabalho de uma senhora, nossa colega lotada numa agência do interior.
Após os trâmites formais daquela triste empreitada, ela muito séria, com os olhos esbugalhados e sem meias conversas falou:
“Seu João, a minha vida acabou. Vou agorinha subir naquela ponte do Capibaribe dar um pulo no rio e nunca mais volto pra minha terra”.
Decidida como se mostrava, levantou-se da cadeira e, antes que saísse da sala, corri e fechei a porta.
Imediatamente acionei nosso colega Roberto Simões (o famoso Bareta), chefe do Setor de Segurança, para que levasse aquela senhora até a a rodoviária e aguardasse até constatar a sua partida no ônibus com destino a sua cidade.
Prontamente Roberto nós atendeu e ao regressar, confirmou o cumprimento da sua missão.
Até hoje não tive notícias se a quase suicida chegou a consumar aquele seu intento porém, como diz o velho ditado, foi melhor prevenir do que remediar o seria irremediável.
Fato triste e, a juízo de cada um, pitoresco.
 


Tinha um caixa Av Guararapes, que nao vou dizer o nome, porque ele era super gente fina.
Falei era porque eh passado.
Quando o cliente dizia que queria “dinheiro pegado ” ele entregava o dinheiro grampeado, pra zoar com o cliente.
Dinheiro pegado seria o cliente pedir R$ 50,00
e receber uma nota de R$ 50,00 e não 5 de 10,00. Se ele nao tivesse o dinheiro pegado, ele grampeava as 5 notas de 10,00. Imagina um caixa fazendo isso hoje, ia dar a maior confusão.

 

Ele também, subia no sentido literal da palavra, em cima das normas, aqueles TOMO azul, quando um gerente queria fazer uma coisa não muito certa,
ai ele dizia, só faço o que tiver “em cima das normas”. Mas ele não era uma pessoa grosseira, ele queria o visto do gerente.

 


Mais da Guararapes:
O famoso GRAVATINHA, não trabalhava só na Ag Guararapes.
Eu trabalhava no quinto andar do prédio e diziam que ele andava por lá, e que era um antigo, funcionário, põe antigo nisso, sem paletó mas que não abandonava a gravata borboleta.
Tinha já morrido mas continuava trabalhando à noite.
A chefe da folha de pagamento, Lourdinha, sabia de tudo. Me espantou muito essa estória nós anos 70.
Engraçado é que ninguém sabia o nome dele. Era Gravatinha.
Ninguém queria ficar pra fechar a porta com medo dele.
Acho que ele ainda anda por lá.